
Publicado em 02/09/2020 | Por: Fabíola Gerbase
Referência no atendimento público à população durante a pandemia de Covid-19, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ), recebeu boa parte da doação de 800 escudos faciais produzidos por estudantes da Universidade de Stuttgart e trazidos para o Rio pela equipe do DAAD no Brasil (veja a matéria aqui). Após a doação, entrevistamos o Prof. Marcos Freire, diretor geral do HUCFF/UFRJ. Ele compartilhou detalhes do trabalho do Hospital do Fundão, como é conhecido, e quais soluções têm permitido que essa instituição universitária mostre sua importância para a população fluminense também na pandemia.
DAAD Brasil: Qual a importância de um profissional do hospital poder usar um face shield, além das máscaras como a N95 ou PFF2? Está sendo possível disponibilizar esses EPIs no hospital?
Prof. Marcos Freire: Por ser referência em média e alta complexidade, dada a capacitação do seu corpo clínico, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) se preparou, antecipadamente, para receber pacientes graves durante a pandemia. Dos diferenciais da linha de frente no combate ao Coronavírus, destaca-se o fato desta ser a única unidade com sala de cirurgia em CTI COVID, além da disponibilidade e qualidade dos equipamentos de proteção individual.
O estoque dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) do HUCFF está em dia e pode ser acompanhado através do nosso site. Tudo o que foi e está sendo feito na UFRJ é para proteger os profissionais de saúde e dar o máximo de segurança para eles trabalharem. Com a ajuda do Grupo de Trabalho da UFRJ e de doações a gente conseguiu máscaras e equipamentos de proteção individual que estão sendo distribuídos e utilizados pela equipe de acordo com todas as recomendações baseadas nos protocolos, cuja base é a ciência. O HUCFF é um dos locais mais seguros para os profissionais de saúde trabalharem hoje no Rio de Janeiro.
DAAD Brasil: Qual a importância dos escudos faciais para os profissionais na linha de frente?
Prof. Marcos Freire: A máscara face shield atua como primeira barreira física de proteção da COVID-19. Isso porque a transmissão do vírus se dá através de contato próximo como, por exemplo, gotículas de saliva, tosse, espirro, contato direto com as mãos ou olhos. Essa barreira contribui justamente para que o contato não aconteça de imediato com o rosto de quem usa.
DAAD Brasil: Quantos pacientes contaminados com o novo coronavírus já foram atendidos no HUCFF desde o início da pandemia?
Prof. Marcos Freire: Até o momento foram 923 casos suspeitos notificados, sendo 394 confirmados hospitalizados. Esses dados são atualizados a cada três horas, diariamente, no nosso painel.
DAAD Brasil: Qual a capacidade de atendimento de pacientes infectados? Desse total, quantos são leitos de Terapia Intensiva?
Prof. Marcos Freire: O HUCFF possui 292 leitos ativos com capacidade para chegar a 350 com investimentos em reformas e, principalmente, em recursos humanos. Desse total, hoje 40 leitos são de CTI, sendo 21 na regulação para Covid-19. Há 26 leitos de enfermaria para Covid-19, que podem ser ajustados conforme a demanda. O Hospital do Fundão, como é conhecido, não possui Emergência aberta. Ou seja, atende pacientes que possuem prontuário na unidade e aqueles que vêm encaminhados pelo Sistema.
DAAD Brasil: Uma das dificuldades para a abertura de novos leitos de terapia intensiva é a contratação de profissionais e a chegada de equipamentos. Como tem sido possível contornar as dificuldades?
Prof. Marcos Freire: O movimento União Rio foi uma das principais frentes de doações que contribuíram para que o HUCFF se tornasse o hospital público no Estado mais bem preparado neste cenário. Foram readequados 60 leitos de Terapia Intensiva*, totalmente equipados, além de 110 leitos de enfermaria, gradativamente entregues ao longo dos primeiros 100 dias de pandemia.
O Ministério da Saúde disponibilizou 13 milhões para a contratação temporária – por quatro meses – de uma maior força de trabalho. Os contratos acabariam em julho, porém, a Secretaria Municipal de Saúde conseguiu prorrogar, por mais dois meses, 50% dessas contratações. O Ministério da Educação via UFRJ, por meio de licitação de empresas, contratou mais enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e médicos para manter o atendimento no hospital até setembro.
Paralelo a isso, a Fundação Coppetec criou um fundo destinado a arrecadar recursos e viabilizar ações que possam suprir as necessidades emergenciais do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Fundo Coppetec viabilizou a compra de produtos e insumos – equipamentos de proteção individual – necessários ao funcionamento da unidade neste cenário de pandemia.
*No momento, dos 60 leitos de CTI o HUCFF tem 40 leitos ativos. Se precisar ampliar essa capacidade de atendimento em terapia intensiva, é possível, porém, mediante nova contratação temporária de profissionais.
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